sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Se nos perguntassem nossa idade...

... diríamos que somos novos ou velhos?
Se olharmos bem, para aquele que tem setenta anos, este poderia dizer que uma pessoa com vinte é nova. Da mesma forma, uma pessoa com vinte diria (provavelmente) que uma com setenta é velha, se não que está quase a ponto de morrer.
No entanto, poderíamos realmente afirmar que o estado de espírito de uma pessoa é de fato medida pela idade cronológica, supondo que nosso sistema de medição de tempo é o correto? Poderíamos dizer que uma pessoa com mais ou menos "anos humanos" que outra é mais ou menos velha? Haveria então outra forma de dizermos se uma pessoa é velha ou jovem?
Já nos falaram, algumas vezes, sobre a Afrodite de Ouro, a eterna juventude. Mas por acaso pensamos que, realmente, a juventude é apenas um estado físico?
Eu aprendi que as pessoas são novas ou velhas pelos seus sonhos. Sim. Se tem sonhos de juventude, é nova. Se não os tem, é velha. Se ainda é capaz de sonhar com um Mundo Novo e Melhor, independente de quantos já tentaram enterrar esse ideal, essa pessoa é verdadeiramente jovem, não importa o que digam.
A jovialidade daquele que carrega um sonho desses é visível. É contagiante. É, para aqueles que não são capazes de sonhar e não admitem, irritante, desconcertante, incômoda.
São esses os velhos. Aqueles que, com vinte anos, quarenta ou setenta, não importa, já perderam os sonhos com um mundo melhor. Já perderam os sonhos de uma humanidade irmã. Os sonhos onde se pode confiar nas pessoas. Onde se pode ser você mesmo. Esses, que já perderam seus sonhos, seus Ideais, estão aqui apenas "batendo cartão". Fingindo, para si próprios, que estão vivos (e eles adora completar com "mesmo que a vida seja difícil" ou "estamos aí, na luta").
Não... esses não sabem o que é lutar. Lutar por conforto é perder o tempo de forma lamentável. Esses que já não tem sonhos morreram e apenas estão esperando a hora do seu enterro.
Penso que uma vida de eforços, para se conseguir chegar a um nível onde se possa, não descansar, mas fazer ainda mais do que se pode hoje (e ainda por cima, pelos outros, e sem esperar - vedadeiramente - recompensa nenhuma por isso) é infinitamente mais válida que uma vida morta sem sonhos. Uma vida onde se pode apenas querer mais e mais para si próprio. "A minha família", "a minha casa", "o meu emprego"... nenhuma dessas coisas é para os demais. Apenas para si próprio.
Por que não fazemos dessas coisas meios de melhorarmos e de prover condições (a partir daí) para os demais? Por que não buscamos esse Ideal de Juventude?
Por que escutamos todas as desculpas que nos fornecem, nos apropriamos delas e confundimos o que nos deram com o que é nosso, e depois as "nossas" opiniões com nosso próprio ser?
Não somos nossas opiniões, não somos o que os outros nos dizem.
Busquemos então o que somos, e, fundamentalmente, busquemos os nossos sonhos mais Belos, os sobre Bondade e Justiça, e vamos ao encalço deles, pois somente assim seremos verdadeiramente, eternamente, jovens!
"O homem é medido pelo tamanho dos seus sonhos"

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