quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ainda existe arraigada...

...na (in)consciência coletiva a crença absoluta na teoria do acaso. Essa crença, eu diria, é um dos grandes males que acometem a humanidade. Através de palavras bonitas e discursos longos se fala muita coisa para não se dizer nada. Por exemplo, um cientista, biólogo, está explicando o desenvolvimento embrionário: "...no primeiro dia a pequena vida é apenas uma célula, logo, ela começa a se dividir e crescer. Formam-se duas, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, a mórula, a blástula [... e ele vai falando...], então, num certo ponto da formação do embrião, um gatilho faz com que ele se diferencie e passe a assumir a estrutura da sua espécie, pois até então ele era como todos os zigotos". Por aqui está bom de exemplo. Mas, o que é que tem de problema nisso?
Parece simples, mas não é: não se sabe o que é esse "gatilho". O que é que faz com que o embrião se diferencie? O que o diz para ser um ser humano ao invés de ser um cachorro? O que o faz ser uma zebra no lugar de uma lontra? Ninguém explica isso. Não cientificamente, pelo menos.
Bem, mas essa lacuna deixada pela ciência, pelo senso comum, acaba sendo "preenchida" pela religião. No entanto, as seitas de hoje já não possuem um elemento de elevação ou transformação para o homem, não existe a preocupação (que deveria ser básica e imprescindível) do religare, o religar o homem a deus novamente. Assim, o homem continua com um vazio dentro dele.
Mas, voltemos a essa teoria do acaso. Percebam como ela está enraizada profundamente na nossa sociedade. Vamos mais longe do que o embrião. Viajemos para o "início" do universo. Nos dizem os cientistas que houve o big bang, ou seja, uma grande massa que reunia todo o universo em si em certo momento (olha o misterioso gatilho fazendo sua aparição novamente) não se suporta mais naquela forma e explode, causando um deslocamento em alta velocidade (tamanha a força da explosão) de incontáveis partes diferentes entre si. As mais pesadas ficaram no centro, devida à desaceleração maior que sofreram, as mais leves foram para mais longe. Mas, como existe a lei da gravidade, as mais pesadas atraem as mais leves para si, criando então uma força contrária à de expansão, e proporcionando assim a condição para que surgisse o movimento centrípeto que é caracterizado pelo redemoinho. Podemos ver esse tipo de formação em qualquer "fotografia" da Via Láctea (ah sim... se não conseguiram chegar nem a marte ainda, se nem se saiu do sistema solar, que máquina fotográfica foi tão longe para tirar essa foto? E, se assim fosse, quando foi que saiu, já que tal viajem levaria incontáveis anos-luz? E... se "por acaso" alguma tivesse chegado lá, voltou para trazer a foto, ou mandou a imagem via bluetooth para os cientistas há muito tempo atrás?).
Mas, por qual razão a grande massa explodiu? E a gravidade? Se sabe que ela funciona, mas não se sabe por quê nem como. Então, como se explica tudo isso?
Pergunte isso para qualquer (qualquer) professor de universidade: "Por que o céu é azul?". Ele com certeza vai te responder. Alguma coisa, mas vai. O próximo passo é só falar "Por quê?". Imagino que ele vá continuar tentando te responder. Pergunte "Por quê?" várias vezes. Se alguém conseguir chegar ao sétimo "por quê" com respostas diretas, sem ficar te enrolando, por favor, me diga quem é que eu saio daqui pra cumprimentar.
Acaso não existe. Se o acaso existisse, nada teria sentido. Você pode dizer: "mas algumas coisas, ah, com certeza, algumas coisas acontecem por acaso". Será mesmo? Você pode acreditar que alguma coisa não faz parte da teia que liga todas as coisas? Acha que o universo se expandiu por qualquer motivo? Acha que a existência é um acaso? Uma experiência divina não planejada? Acha que a vida surgiu por acaso? Ou você é esperto o suficiente pra ter concluído que todas as coisas (todas: de micróbios a pessoas, de átomos a pedras, de planetas a galáxias) são vivas, e que somente existem porque possuem vida?
Mas quando os seres humanos morrem, os átomos do seu corpo não desaparecem, não é verdade? Claro. Mas é porque a vida dos átomos não é a mesma vida do corpo. Assim como a vida dos elétrons, prótons, nêutrons, mésons-pi e outras coisas do qual ele é composto não é a mesma vida do átomo. Assim, a existência se mantém pelo movimento da transformação da vida, do desdobramento da vida sobre si mesma. Um ser humano morre, as vidas que ele mantinha agrupadas apenas se desprendem e poderão fazer parte de outra coisa mais evoluída que elas mesmas. Um átomo morre, suas partes poderão fazer parte de outro átomo. Não é "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"? Assim somos nós, fazendo parte de um ser mais evoluído (a Terra). Se pensarmos bem, as próprias coisas como cidades, estados, países, regiões, casas, bairros, línguas, livros... cada um tem a sua vida própria e seus próprios modos de se comportar.
Não, não existe acaso.
"O acaso é apenas a medida da nossa própria ignorância" (Blavatsky)

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