sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quando buscamos respostas...

...é comum estarmos sempre em movimento para encontrá-las. Existem aqueles que procuram suas respostas na religião (eu diria que a maioria o faz). Desses, grande parte, praticamente todos, nunca praticam sequer os preceitos básicos da sua crença. Vejamos, por exemplo, nas doutrinas provenientes da mitologia (... se alguém tem preconceito com essa palavra, trataremos disso adiante, continue lendo...) hebraica (os hebreus, ou israelitas), que existe um relato que se refere ao Decálogo ou "Dez Mandamentos" de Deus.
Este Decálogo é ensinado em todas as religiões cristãs (pelo menos, até onde eu conheço), pelo que eu o escolhi de exemplo, já que a cultura cristã é a predominante nos dias atuais. Pois bem. Logo que ele começa, avisa ao praticante que não poderá ter nenhum outro deus além de Jeová (se você é cristão, e por acaso não reconheceu o nome, recomendo que recomece seus estudos...), também chamado de "Deus", e prestará adoração somente a ele, ou também, mais resumido para os que apenas ouviram "Amarás a Deus sobre todas as coisas". Você conhece alguém que segue este mandamento? Conhece por acaso alguém que de fato coloca o seu "Deus" acima de sua casa, sua família, seus amigos, seu cachorro, seu carro, suas posses em geral, seu dinheiro, ou mesmo sua vida? Se você conhece, parabenize essa pessoa. Bem, mas vamos prosseguir.
Logo em seguida ele diz, resumidamente, "Não tomarás o nome de Deus em vão". Aqui já cairão por terra 99,99% de todos os "fiéis". Você conhece, que seja uma pessoa, uminha só, que nunca disse, ou pelo menos depois que aprendeu os mandamentos, "Meu Deus!" quando viu alguma coisa muito assustadora, ou uma situação inesperada, algo assombroso ou sei lá o que? Eu não conheço. Dizer "Meu Deus!" pra qualquer coisa que não seja pra se dirigir a ele ou ensinar sobre ele já seria em vão. Mas se continuarmos com os outros oito mandamentos restantes, acho que acabaríamos com qualquer possibilidade de encontrar alguém. Diria mais: com certeza provavelmente o Papa (ou qualquer outro líder de qualquer seita cristã) não cumpre nenhum metade deles.
E isso não é só com os cristãos. Já nos disseram: "Não há verdadeiro crente ou ateu neste mundo". E de fato assim o é. Nenhuma religião é totalmente observada por ninguém. Se fosse, seu exemplo influenciaria muitos, e a observância total dos preceitos e ensinamentos dos Mestres Fundadores (e não da degradação dos tempos e dos humanos nas religiões) o transformaria em alguém do mesmo nível deles.
Assim, as pessoas buscam as respostas nas religiões, e não as encontram verdadeiramente.
Outras ainda encaminham sua busca pela via científica. Procuram respostas exatas, provadas, calculadas e experimentadas, e chegam (na sua grande maioria) a conhecer cada vez mais teorias e experimentos, serem capazes de recitar "quatrocentos e vinte trinta" livros de autores diferentes sobre vários ramos, e saber cada vez menos. E chega a tal ponto de cegueira que acredita no seu mais profundo de que compreende melhor o universo do que qualquer ser humano, e que as teorias em que ele acredita ou que são "originais" suas são a verdade absoluta. Defende-as com unhas e dentes, e se torna um fanático tão chato quanto um fanático religioso ou qualquer outro fanático.
Existem também aqueles que procuram suas respostas através da arte, ou outros que as procuram através de um caminho que poderíamos descrever como política (faça o favor de não confundir com o que conhecemos por política hoje), mas nenhum deles encontra de fato suas respostas.
Por que razão? Qual é a razão de buscarem suas respostas em tantos lugares diferentes e não as encontrarem? Por que não podemos encontrar a verdade?
Será que não podemos mesmo, ou estamos buscando nos lugares errados?
Filosofia. Não é nada diferente do que buscar suas respostas pela religião, ciência, arte ou política. Não confunda filosofia com filosofia acadêmica, que é apenas perda de tempo uma discussão sobre pensamentos de outras pessoas. Não. Filosofia seria além de semelhante a buscar as respostas por esses caminhos, mas ela os engloba. É como buscar por todos eles ao mesmo tempo. No entanto, ainda existe uma chave. Sem ela, mesmo buscando pela filosofia não haverá resultados.
Todas essas buscas devem ser testadas, experimentadas, haver um elemento que as passa da teoria para a prática, e esse elemento somos nós mesmos. Quando a busca pelas respostas é feita para dentro de nós mesmos, podemos encontrá-las. É quando nos aventuramos pelo nosso interior que encontramos nossas dificuldades e as superamos. Somente quando as respostas vêm de um eco interno que as validam é que são verdadeiras. Sem o trabalho em nós mesmos, o conhecimento é apenas um livro morto. Já dizia Plutarco: "A mente é um fogo a ser aceso, não um vaso a se preencher". Devemos alquimizar o conhecimento através do fogo que despertamos em nós mesmos, para que ele se transforme em Sabedoria, em respostas, em Verdade. Só assim poderemos saber de fato alguma coisa.
E, mais uma vez,
"Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses." (Sócrates)

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